Estamos vivendo um período de diferentes jejuns, um seguido do outro, com um propósito específico em nossa igreja. Já discutimos em outros posts aqui no blog sobre o que é jejuar e como fazer isso da forma certa, mas é sempre bom voltar a refletir sobre isso para termos clareza do que estamos fazendo.
A primeira coisa importante que precisamos entender é que não se deve confundir jejum com auto-flagelo. Jejuar é abrir mão de algo para dedicarmos mais tempo a Deus. O Senhor não é um Deus sanguinário que aguarda pelo sofrimento e flagelação de seu povo para em troca abençoa-lo.
Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?
Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
Também não tente barganhar ou fazer negócio com Deus para em troca obter respostas as suas orações. Jejum não é moeda de troca.
Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.(Salmos 51:16,17)
É uma ilusão pensar que qualquer sacrifício que possamos fazer comove o coração de Deus. O único sacrifício que Ele reconhece já foi feito por Jesus, então jejuar e orar acreditando que isso vai persuadir Deus a satisfazer seus desejos chega a ser pecado. Já parou pra pensar que, ainda que inconscientemente, é um meio de tentar competir com aquilo que Jesus já realizou na cruz?
Precisamos jejuar para exercitarmos a nossa vida de oração. O jejum não serve para comover o coração de Deus, mas para quebrantar o nosso.
Quando você sente falta daquilo que abriu mão no jejum, isso precisa servir como um despertador para te lembrar de orar e separar um momento para Deus. É por isso que não adianta muito escolher abrir mão de algo que já não te faz muita falta, ou passar um tempo tão longo que você consiga se adaptar com determinada ausência. O jejum precisa ser um sacrifício para tratar o nosso coração, não o de Deus.
É pelo mesmo motivo que também não podemos sair espalhando que estamos jejuando. Como isso vai quebrantar o seu coração? Como vai te aproximar de Deus? Contar para as pessoas esperando receber elogios ou um olhar de admiração é pura vaidade. Não estrague o seu jejum com isso. Faça disso um segredo, algo entre você, Deus e ninguém mais.
"O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus". K. H.
